As complicações circunstanciais mais comuns incluem:

  • oclusão do catéter,
  • mau posicionamento
  • ruptura e dificuldade de remoção do dispositivo (quando suspenso o uso)

    A oclusão é definida como a obstrução parcial ou completa do catéter que impede ou dificulta a aspiração de sangue, levando à perda da permeabilidade do mesmo. A incidência deste tipo de complicação varia entre 2 e 44%.

    A obstrução do catéter é dividida em mecânica, trombótica e não-trombótica.
    Obstrução mecânica: causada por dobras ou compressão do lúmen do catéter e, geralmente,resulta da migração da extremidade do catéter para um vaso de menor lúmen; e mesmo que a extremidade esteja situada na veia cava superior, pode apresentar-se comprimida entre a clavícula e a primeira costela, síndrome conhecida como “Pinch-off”.
    Obstrução trombótica: causada pelo desenvolvimento de coágulos interna ou externamente ao catéter devido a um trauma na parede do vaso, estenose ou estados de hipercoagulopatias causados por câncer ou diabetes.
    Obstrução não-trombótica: pode ocorrer como conseqüência da cristalização intralumial de medicamentos incompatíveis ou nutrição parenteral.
    As principal causa de obstrução do catéter está relacionada inadequação no momento da lavagem e salinizaçaõ/heparinização do mesmo. A migração da extremidade do PICC é uma complicação comum, e pode ocorrer durante a inserção do dispositivo ou sua manutenção. A incidência varia entre 6 e 62% dos casos, e a má fixação do cateter é, na maioria das vezes,  o que predispõe à ocorrência deste evento indesejado, especialmente em pacientes que sofrem de náusea e vômito freqüentes, naqueles que apresentam problemas respiratórios com episódios de tosse intensa e em pacientes fisicamente ativos. O cateter pode migrar interna ou externamente.
    Com a migração externa, o paciente pode ficar sem o dispositivo central, resultando em risco aumentado de trombose ou flebite mecânica ou química. A incidência de exteriorização do dispositivo de 7.5% tem sido atribuída ao fato do cateter ser um instrumento de cuidado recente gerando algumas dúvidas relacionadas à manipulação. Na migração interna, o catéter pode se enrolar no interior do vaso, avançar para o átrio direito ou para uma das veias tributárias, ou não progredir o suficiente para alcançar a veia cava superior. Casos de disritmia cardíaca causada pelo impacto do PICC na parede atrial foi descrito, sendo que a complicação foi resolvida com a tração do cateter. Algumas instituições exigem monitorização cardíaca durante a inserção do PICC para verificar disritmias.     Outra medida preventiva é colocar o paciente com a cabeça virada para o lado da punção durante a passagem do cateter pela veia subclávia. Essa manobra muda o ângulo do cateter em direção à veia cava superior, evitando que este progrida para a veia jugular interna. A checagem do posicionamento do cateter por meio de radiografia logo após a inserção é uma prática comum em muitas instituições. Deve-se proceder à checagem diária do comprimento externo do cateter e confirmar o posicionamento da ponta do dispositivo por meio de raios-X, caso o paciente relate palpitações, dor no tórax, ombro, pescoço ou braço em que o dispositivo foi inserido.