complicacoes sistemicas

As complicações sistêmicas associadas à terapia com o uso do PICC incluem sepse, embolia gasosa e embolia por cateter.
A sepse ocorre quando os microrganismos migram para a corrente sangüínea, e pode colocar a vida do paciente em risco. A incidência de sepse relacionada ao PICC varia entre 2 e 21%. . Os fatores associados a este tipo de complicação incluem técnica asséptica inadequada, utilização de materiais contaminados, cateteres de múltiplos lumens, excessiva manipulação do dispositivo, maior tempo de duração da terapia, susceptibilidade do paciente e doenças de base. A nutrição parenteral é um fator adicional ao desenvolvimento de sepse, pois a parede do intestino se torna deficiente, propiciando a migração de microrganismos. A sepse relacionada ao PICC é baixa quando comparada à de outros CVCs, devendo-se, provavelmente, à baixa concentração de bactérias do braço se comparado com o tórax.
Há relatos de que os sítios periféricos têm entre 50 e 100 colônias formadas de bactérias por 10cm2 de pele, e 1000 a 10.000 colônias formadas de bactérias por cm2 de pele do pescoço e tórax. Assim o PICC tem demonstrado resultados satisfatórios para a terapia, embora seu custo financeiro seja mais elevado. A técnica asséptica e o treinamento dos profissionais envolvidos na assistência são imprescindíveis para evitar a sepse. Outros fatores - como a retirada do dispositivo após o termino da terapia, o uso de filtros antibacteriana durante a infusão, a minimização do tempo da terapia com nutrição parenteral, o estabelecimento de uma conexão permanente para administrar o medicamento, o uso de adaptadores que permitem o acesso sem a abertura do cateter e o sitio de inserção ocluído com curativo estéril - são medidas que devem ser implementadas para reduzir a incidência da sepse. O tratamento desta complicação inclui a remoção do dispositivo e antibioticoterapia sistêmica.
A embolia por cateter ocorre quando uma parte do cateter se quebra e desloca-se para a circulação sistêmica. Ele pode migrar para o tórax e alojar-se na artéria pulmonar ou no ventrículo direito, causando embolia pulmonar, disritmia cardíaca, septicemia, endocardite, trombose e até mesmo a morte. Na maioria dos casos o fragmento alojou-se na artéria pulmonar, e em apenas um no átrio direito. Para evitar esta complicação não se deve utilizar força ao lavar o cateter ou ao retirá-lo; ele deve ser fixado adequadamente e, em caso de suspeita de embolia por cateter, deve-se aplicar um torniquete para ocluir o vaso e encaminhar o paciente à radiografia para observar a posição do êmbolo. A embolia gasosa é uma complicação letal e rara com PICC, pois o local de inserção do cateter fica abaixo do nível do coração, o que ajuda a manter a pressão adequada dentro do sistema. As causas desta complicação incluem presença de ar no equipo, desconexões no sistema de infusão, frasco de solução vazio e técnica inadequada na realização de trocas de curativo e punção em acessos centrais.